Secretaria de Meio Ambiente da Bahia destaca ação do Programa Água Doce Bahia em Capela do Alto Alegre
PAD-Bahia proporciona água potável e oportunidades produtivas para comunidades
O Programa Água Doce Bahia (PAD-BA) realizou uma série de atividades, entre os dias 12 e 14 de abril, nos municípios de Baixa Grande, Riachão do Jacuipe e Capela de Alto Alegre. As ações tiveram como objetivo de avançar nas propostas para implantação de unidades demonstrativas e de produção, na criação de peixes nos tanques de concentrados e no aproveitamento da água de reuso na agricultura biossalina. Além disso, foi realizada reunião com as comunidades e gestores municipais para conhecer mais sobre as práticas locais de sustentabilidade ambiental nos sistemas de dessalinização implantados.
“A coordenação do PAD-BA visita novamente às comunidades já beneficiadas pelo programa, agora para um novo desafio que é a implantação de sistemas produtivos, com o objetivo de fortalecer a segurança alimentar e nutricional das famílias, além de gerar renda por meio da produção e comercialização de alimentos. O Água Doce não é apenas uma política pública de acesso à água potável, mas também sobre a produção de alimentos e a geração de renda. Essas comunidades estão experimentando novas formas de desenvolvimento, com o estado garantindo seus direitos e ajudando a melhorar suas condições sociais”, destacou a coordenadora estadual do programa, Luciana Santa Rita.
Por meio da Bahia Pesca, o PAD-Bahia lançou um edital para selecionar entidades que darão suporte na implantação de unidades produtivas em piscicultura nas comunidades de Mandassaia II e Italegre. O programa já está em fase de repasse financeiro para auxiliar as entidades na aquisição de equipamentos e insumos, bem como na adaptação do tanque de concentrado para a criação de peixes. Além disso, os responsáveis das comunidades serão capacitados no manejo dos peixes e receberão assistência técnica e auxílio em todas as etapas do ciclo produtivo, até a despesca final.
Visita às comunidades
Na visita à comunidade de Italegre, em Baixa Grande, foi possível constatar a disposição dos moradores em participar dessa nova experiência. Entre as iniciativas prevista está a construção de uma unidade de piscicultura, que contribuirá para o fortalecimento da economia local. Em Mandassaia II, em Riachão do Jacuípe, também foi constatado uma comunidade com grande potencial coletivo. Lá, estão considerando novas propostas de modelos produtivos, incluindo a construção de uma unidade de piscicultura, que permitirá ampliar a diversificação econômica para a comunidade e agregar valor aos produtos locais.
“Durante o encontro realizado na comunidade de Bispador, foi possível constatar que as comunidades locais estão operando o sistema plenamente, fornecendo água para a prefeitura. Além disso, as crianças que recebem essa água nas escolas estão se beneficiando de uma melhoria significativa na qualidade de vida e na saúde, como evidenciado pela diminuição de doenças de veiculação hídrica. Esses resultados mostram que a água doce tem um papel fundamental não apenas em fornecer acesso à água, mas também em melhorar a vida da comunidade”, pontuou a assistente social do PAD, Ana Glécia.
“Se estamos consumindo água tratada, por que não valorizá-la? Esse equipamento que está instalado na comunidade já valoriza o grupo local e demonstra a confiabilidade na qualidade da água. Não faz sentido ter um programa no município e continuar comprando água industrializada. O Programa Água Doce veio para solucionar esse problema e garantir que as pessoas tenham acesso à água de qualidade. Antes, as pessoas tinham o hábito de beber água de poços e cisternas, o que não garantia a qualidade do consumo. Hoje as crianças nas escolas bebem uma água saudável”, avaliou o prefeito de Capela de Alto Alegre, Claudinei Nonato.
Para Tainá Santos, representante do Grupo Gestor do PAD em Mandassaia II, o programa tem sido fundamental para o desenvolvimento da comunidade. “Através do PAD, conseguimos desenvolver e iniciar muitos outros projetos. Temos hoje água de qualidade para produzir biscoitos e polpa de frutas, de forma coletiva em nossa cooperativa. Isso nos permite oferecer produtos de melhor qualidade e com mais valor agregado. Nossa produção é fornecida para municípios vizinhos e ao Programa Nacional de Alimentação Escolar, o que garante a produção contínua”, explicou.
“Apesar de o novo assustar um pouco, nossa comunidade está sempre aberta a novos desafios e oportunidades. Quando o Programa Água Doce lançou o projeto de cultivo de peixes em tanques para contribuir com a alimentação da nossa população, vimos como uma chance de avançar ainda mais no fortalecimento da segurança alimentar. Esperamos que essa iniciativa possa trazer muitos benefícios para a nossa comunidade, como o aumento da oferta de alimentos saudáveis e a geração de renda”, finalizou.
Programa Água Doce
O PAD tem o compromisso de levar água potável as comunidades com dificuldades de acesso à água, a partir do aproveitamento de águas subterrâneas salobras e salinas de poços comunitários e da aplicação da tecnologia de dessalinização. Os sistemas conseguem retirar os sais e outros elementos que tornam imprópria para o consumo a água encontrada naturalmente nos poços perfurados. A escolha da localidade a ser beneficiada considera critérios como baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDH-M), baixos níveis pluviométricos, altos índices de mortalidade infantil e inexistência de outras fontes para abastecimento de água potável.
Na fase atual, a equipe do PAD/BA vem dialogando com as 55 prefeituras no intuito de vislumbrar estratégias de governança dos sistemas e garantia do acesso à água de qualidade, por meio da elaboração de Planos de Ação para sustentabilidade dos sistemas implantados. Estes planos preveem uma agregação de renda às comunidades carentes do semiárido. Como exemplos de possibilidades de agregação de renda, têm-se: criação de peixes nos tanques de concentrado, produção de espécies vegetais de uso econômico que suportem o teor de salinidade da água do resíduo, e a venda do excedente da água doce.
Fonte: www.meioambiente.ba.gov.br